terça-feira, 26 de outubro de 2010

tem outro blog no pedaço

http://sozinhaeodobro.blogspot.com/

pois é. primeiro a pessoa não gostava de blogues. depois, criou um. que era atualizado tãããão lentamente que às vezes nem parecia um blog.
e não é que agora vem outro? que pasa?

domingo, 17 de outubro de 2010

o texto do adeus

pensando num prato de massa super mega gordo, com molhos e carnes, me sento na cozinha para escrever, finalmente.
enquanto isso, minha filha tenta adormecer - quanto maior o cansaço, mais demora para chegar o sono - e meu filho está se divertindo numa festa da qual ele chegará muito tarde para os padrões familiares desta que escreve.
uma pilha de coisas boas para levar para um sítio estão sobre a pia. amanhã partirei - ou partiremos, porque aparentemente meus herdeiros não estão achando graça em passar o feriado com o pai - para ibiúna, para o sítio do fernando e da fátima. diversão garantida, e descanso também. tomaremos vinho, descansaremos à grande, comeremos com simplicidade - o maior luxo de todos - e ouviremos sinfonias de passarinhos antes do sol acordar.
e em grande estilo escrevo para me despedir deste blog, que chegou ao fim. quem me disse isso eu não vou contar. mas a minha cabeça está cheia de novas ideias, coisa que não acontecia havia muitos anos, porque eu estava ocupadíssima em dar conta dos meus dois filhos e de mim mesma. estava realmente sem tempo.
mas agora é diferente. estou com tempo. claro que estou falando do tempo de dentro de mim, não do de fora. sim, é uma ideia um pouco abstrata, e nova para mim. puta que o pariu, por que este computador para desse jeito??? mas esta jeringonça faz parte do processo. sim, minha máquina tem 8 (!!!) anos e será aposentada assim que meu computador com a maçãzinha chegar.
mas sobre o que estávamos falando mesmo? bom, acontece que o meu coração anda animadíssimo, e com ele estou animadíssima também. tenho falado e pensado com o coração e com a cabeça. mas às vezes tem um delay, e o coração fala primeiro, e só depois a cabeça fica sabendo o que está acontecendo. é uma experiência diferente.
a vida vai andando igual mas muito diferente. meu dinheiro ainda acaba antes do fim do mês - mas que saco que algumas coisas demoram tanto pra passar, não? -, mas tenho reclamado menos. tenho evitado olhar a sujeira do lar, evitado surtar com o valor do meu saldo negativo, e nem tenho sentido tristeza. aliás, hoje ouvi de uma pessoa uma frase que eu adoro: ela disse que é muito divertido ter filhos. filho, no singular, no caso dela, que tem uma filha. essa é a outra parte boa: das pessoas divertidas lindas e sinceras que eu encontro todos os dias. uma delícia.
nossa, como é difícil dizer tchau. estou há muitos e muitos dias pensando que tenho que escrever. aí escrevi um rascunho. tudo porque é difícil tirar da frente o que não é mais para estar na frente.
depois de eu passar umas noites insones até criar este blog, agora passo algumas horas dos meus dias pensando no fim dele. na verdade, é mais um fechamento do que um fim. porque um blog não acaba, a menos que ele seja apagado. o que não é o caso.
eu não sei explicar. assim como achei estranho quando comecei a escrever aqui, acho estranha a minha vontade de escrever pra dizer adeus. pronto, falei. ah ah ah.
estou aqui pensando, mas nunca fui muito boa com datas e dados específicos - nomes, títulos e quetais. portanto, não lembro direito quando tudo isso começou. acho que foi em 2008, porque lembro que viajei para minas. mas não vou pesquisar isso agora.
o que sei é que a imagem das orquídeas veio como um presente, em um sonho. estávamos eu e o pedro veríssimo, que eu não vejo há muitos e muitos anos.
eis que uns anos - e muitas lágrimas - depois, tudo ficou claro. sim, envelhecer tem seu lado bom. bom, não. excelente. os olhos enxergam com mais clareza. mesmo que os graus dos óculos aumentem. e o coração sente com mais clareza também. mesmo que o corpo já não seja tão resistente como era.
ora pois. como é difícil colocar algumas coisas em palavras.
eu ando pensando mais do que falando. o que é um fato inédito. mas é muito divertido. como vou falar disso? eu tenho pensado pra dentro, olhado pra dentro, sentido pra dentro. o oposto de olhar pra fora. é esquisitíssimo.
é mais ou menos assim: eu sempre falei muito. depois comecei a escrever muito - e continuei falando muito. aí, quando tudo ficou uma merda, eu, além de falar e de escrever muito, sofria muito. um horror, o ó do borogodó.
mas como tudo na vida passa, o horror também passou. uau, estou conseguindo escrever. então agora falo menos, escrevo menos e sofro memos. bingo! se alguém quiser a receita, favor me contatar. mas cobro em euros. eh eh eh.
todas as vezes em que o "texto do adeus" passou pela minha cabeça, ele tinha palavras e ideias totalmente diferentes das que eu estou escrevendo agora. puta merda. ah, a boca ainda tem resquícios de imundície.
é isso. arrivederci.
...
não tenho a menor ideia de quantas pessoas vão ler este texto. aliás, nunca quis saber quantas pessoas liam, porque eu escrevia porque queria escrever - nunca escrevi para "as pessoas lerem". mas foi sempre um cafuné na alma saber dos que leram.
...
o texto foi escrito faz uns dias. mas demorei até para apertar no botão "publicar postagem". se este texto tiver sido um equívoco, vocês logo saberão.

segunda-feira, 20 de setembro de 2010

mas por que mesmo ter um blog?

eu jurei que ia ser mais zen
e assim passei o dia dirigindo
e nem achei ruim

depois fiquei pensando
que faz tempo que não escrevo
e isso só acontece quando não tenho nada pra escrever

ando mau humorada
achando que tudo é muito chato
e sabendo que o mais chato sou eu

e o pior é que pouco me importa
porque finalmente meus dois pés
tocam o chão 24 horas por dia

e de repente eu tenho menos dúvidas
mas acho tanta gente chata
e tanta coisa sem graça

acho que o que eu tinha pra escrever eu já escrevi
e que é hora de dizer umas coisas
pra mim mesma

pra eu saber o que mudou
assim sem mais nem menos. graças a deus
porque eu não aguento coisas demoradas

finalmente não tenho nenhuma fantasia de mudanças
nem de grandes acontecimentos
porque comecei a gostar de coisas muito singelas

acho que virei gente
e devo virar um pouco mais gente
todos os dias

os filhos são poucos
e os amigos também
e eu nem posso acreditar. zen?

ando viciada em cancelar coisas não importantes
e lembrar de bobagens que aconteceram há mais de dez anos
até meus cabelos longos me causam estranheza numa foto desconhecida

mas que coisa
eu escrevendo assim
pra tentar entender o que ando enxergando

a marianinha nasceu
e é a coisa mais linda do mundo
e eu ando chorando de felicidade

hoje me perdi, e só fiquei brava
tão brava que chorei
e gritei de raiva dentro do carro até entrar sem querer na rua escondida

agora chega, isso é só um escrito curto
só pra eu saber
que tá tudo diferente. ponto