quarta-feira, 7 de janeiro de 2009

'ser loira é tudo na vida', disse ela, às gargalhadas

isso foi depois de eu, num ato sinistro, dizer que estou tomada de cabelos brancos na cabeça e incliná-la para que ela visse os tais dos cabelos, digamos, sem cor.
ela é loira como eu, mas beeeeem mais jovem, e com um senso de humor admirável. pois bem. então eu decidi gostar da cabeleira da cor que é. loira grisalha. e resolvi fazer uma lista de determinações-a-seguir-para-garantir-um-mínimo-de-alegria-e-felicidade-no-ano-que-começou. ei-la.
ter uns bons amigos por perto - bons é um parâmetro violentamente pessoal, mas cada um sabe o que isso significa para a própria vida. eu sou feliz de poder contar nos dedos (de mais de uma mão!) meus adoráveis amigos, com quem eu posso contar pra dar risadas ou pra enxarcar meu rosto com lágrimas.
ter uns bons amigos bem longe - eu não gosto de partir e não gosto quando meus amigos partem. egoismo na mais pura forma. mas ter esses amigos longe (pode ser 500 km ou pode ser do outro lado de algum mar) faz bem. pra gente lembrar que o amor não tem nada a ver com quilômetros, e que a proximidade não tem nada a ver com constância de encontros.
ter belos copos em casa - não importa a bebida. pode ser água, coca, suco de abacaxi, vinho. mas beber em bons copos faz diferença. e eu vou comprar toneladas de copos maravilhosos, coloridos, de vidro reciclado, de cristal, pra sempre achar especial até o copo d'água que fica ao lado da minha cama para as noites insones.
ficar parado - na dúvida, não fazer nada. eu lembro quando aprendi o signficado de "stay put", expressão que era frequentemente usada nos textos de jornais e revistas quando eu morava nos eua e o mr. bush começou a barbarizar com guerra do iraque e tal. ora pois, diziam os textos que, num eventual ataque (a grande paranóia norte-americana), deveríamos "stay put". ficar parados, não sair de onde estivéssemos. não sei se o conselho é de fato útil, porque não rolou nenhum ataque em boston, onde eu morava, ah ah ah. mas vale pro dia-a-dia. na dúvida, stay put.
gargalhar todos os dias - isso é difícil. mas as gargalhadas que eu dou sozinha, pensando ou fazendo qualquer coisa que penso ou faço sempre, são absolutamente maravilhosas. para a minha alma, claro, porque só eu que escuto. e essas são as melhores, me parece.
olhar para o céu - outra coisa difícil de fazer. e toda vez que faço (não é todos os dias, porque eu me esqueço), lembro de como é imbecil olhar pra baixo e não olhar pra cima.
lembrar que tudo passa - essa é minha velha companheira, e mesmo assim sempre esqueço dessa máxima. o que é bom passa. e o que é ruim também. e toda vez que lembro disso, não importa o quão atolada esteja, sinto uma leveza inenarrável.
bom, agora vou imprimir isso e grudar na porta do armário ou no espelho do banheiro. pra lembrar em todos os mais de 350 dias que estão por vir do ano que acaba de começar.

segunda-feira, 5 de janeiro de 2009

'meu medo é de amar, e não ser amada'

e pra quem diz que não vê tv, até que eu tô me saindo bem. estou colecionando frases célebres.
ups!
a frase acima é da maysa. e eu, num esforço hercúleo, espero a novelinha acabar pra assistir o que deve ser uma bela produção. mas há outras frases.
'a realidade não é melhor que o sonho, só é diferente.' essa vem de fonte menos nobre, vem da tal da novelinha.
e tem outra, quando um neto questiona um avô sobre o casamento dele, do avô, com a avó. no caso, a história era sem amor. e o avô argumenta que os tempos eram outros, ao que o neto diz que 'os sentimentos não eram'.
uau! e eu me concentrando na terapia em vez de ver tv. my god!
quando eu crescer, não serei uma mulher da vida real, mas uma da tv. com cabelos maravilhosos, agruras fáceis de resolver e com muitos, muitos rapazes maravilhosos babando. por mim, claro.
ah ah ah.
brincadeira.
se eu tivesse de escolher tudo de novo, não mudaria o curso da minha vida. e lá vou eu meditar pra sempre lembrar disso. dos presentes da vida, que às vezes vêm embrulhados de um jeito tão estranho que nem parecem presentes. mas são.
deus esteja.

domingo, 4 de janeiro de 2009

ele tem muito mais dinheiro que você, mamãe

e como é que a gente vive longe dos filhos depois de tê-los?
não vive. punto e basta.
então, depois de uma semana de labuta na cidade que está super mega hiper cinza, as crianças voltaram da praia, felizes e mui bronzeadas. o que me faz crer que estou cada vez mais verde. verde da chuva e do trabalho. mas tudo bem, tudo passa e isso também passará. qualquer dia desses vou pra praia e vou perder a cor bolor-de-escritório.
mas voltando aos meus pequenos e bronzeados filhos: o melhor de tudo são as frases sensacionais. uma semana não parece uma semana para uma mãe que fica longe dos seus herdeiros. parece um pouco mais, para não ser exagerada. pois bem. ontem enchi a banheira e lá se foram eles pra dentro d'água. saio do banheiro e, quando volto, a pequena lívia tinha saído da banheira e se secava alegremente. "eu sei me secar sozinha, mamãe. ó, tô bem sequinha", me disse ela, com os cabelos enxarcados e as costas molhadas. fui ajudá-la a vestir o pijama e ela recusou a ajuda, "eu sei pôr sozinha".
mas o melhor ainda estava por vir. meu filho tem uma prancha, e o pai dele me conta que comprou outra. de forma que pegam onda juntos. nota de esclarecimento: meu filho tem 6 anos, e pega jacará há uns três. bom, eu não resisto e pergunto: "como é teu pai pegando onda?". "ah, mãe, é ridículo."
mas a frase hors-concours é da lívia, 3. vem o joão gabriel me contar que está cheio de moedas, e me pergunta se com duas moedas de 25 e uma de 10 ele consegue comprar uma revista, e eu explico que não, que uma revista custa mais do que 60 centavos, e a lívia diz: "mãe, ele tem muito dinheiro. ele tem muito mais dinheiro que você, mamãe".
eu caio na gargalhada, mais pela delícia de imaginar isso sendo verdade, um filho de 6 anos tendo muito mais dinheiro do que eu, do que pela doce falta de noção deles, que acham que com algumas moedas de 25 centavos, 10 ou 5 se pode comprar algo.
ps - prometi dar 10 reais pro sujeito, pra ele comprar a tal da revista que ele quer. e mal sabe ele que nem um milhão de reais compensariam todas as risadas que eles me fazem dar. oh, god!