sábado, 23 de agosto de 2008

a PF, o novo passaporte, sorvetes e a priscila

e então vamos fazer passaporte para a família.
primeiro passo: entrar no site da polícia federal. opa!, não tem data para marcar a ida a um posto da PF! mas tem um 0800! o que a moça diz? surpresa: você vai entrando no site até achar uma vaga. mas e se eu pagar as taxas (um pouco de 150 pilas por passaporte) e não achar data?, pergunto. o pagamento vale por cinco anos, me responde a atendente, super fofa.
aha.
paguei. e depois de uns dias, num domingo de pura prevaricação, entro no site e acho uma data! seria dali a dois meses. ueba!
nova surpresa: na data marcada, estou em minas gerais, a trabalho. sem alternativas. entrar de novo no site da PF e achar nova data. e mais uma surpresa, essa uma boa: havia data disponível no posto mais próximo da minha casa, dos cerca de 10 que existem na grande e cinza são paulo.
chegada a data, busco as crianças na escola e lá vamos nós. claro que escqueci que a família toda tiraria fotos. portanto, carrego dois filhos imundos e eu, e vamos com cara de paisagem até o posto, que é dentro de um shopping. temos tempo para almoçar tranqueiras de shopping, as crianças ganham sorvete e nos encaminhamos 15 minutos antes do horário agendado, conforme solicitado no site quando da marcação do horário.
ao chegar com dois pequenos selvagens sujos de areia e melados de sorvete, mostro ao guarda/segurança bem armado meus papéis que comprovam meus horários "reservados" desde maio e remarcados em julho - estamos no final de agosto. ah, em dois minutos gritam o meu nome. oh my god! as crianças AINDA estão comendo sorvete, e eu carrego restos de batata frita. mas ninguém vai encrencar com uma mãe que carrega dois filhos para todos fazerem passaporte. ó tarefinha ingrata. o sujeito que diz para eu entrar na sala só diz para as crianças terem cuidados com "os fios" - fios do computador, cabo de câmera fotográfica que vai nos fotografar e tal.
não há três cadeiras, só uma. peço às crianças que sentem no chão, no cantinho, que não gritem porque ali há muita gente e todos teriam dor de ouvido, e que não melequem NADA.
a moça que nos atende é simpática. vai pedindo os documentos - RG ou certidão de nascimento, certidão de casamento + divórcio, autorização do pai, título de eleitor, comprovante de votação, ai ai ai que pânico, será que esqueci de algo?
foto da líiva. limpo a boca dela com guardanapo - os wipes ficaram no carro, puta merda! -, ajudo com os dedos, troco a camiseta por outra que havia na mochila da escola, sento a guria no encosto da cadeira e clic! opa, não ficou boa. outro clic, opa, deu pau no sistema. mais um clic e opa, meu filho pede para fazer xixi.
espera, digo. tínhamos ido ao banheiro antes de chegarmos ao posto. mãe, é cocô, diz ele. espera, digo, cheia de esperanças. e ele diz 'não tô aguentando', torcendo as perninhas. olho pra gentil moça e anuncio que TENHO de ir ao banheiro, pego um filho na mão e a outra no colo e saio correndo. cara de paisagem mais uma vez, e faço de conta que ninguém tá me olhando.
voltamos. trocou o segurança armado, e explico que já estava sendo atendida. ninguém barra uma mãe com dois filhos. entramos, eu sento. hora da foto do meu filho - acho que a minha foi a primeira, enquanto eles comiam batatas fritas frias, terminavam o sorvete e brigavam sem escândalos, sentados no chão.
troco a camiseta do meu filho - um colega da escola gentilmente emprestou a camiseta de manga curta que ele usava debaixo de outra de manga comprida. pânico, meu filho não quer pôr a camiseta, que parece ser menor que ele. insisto, digo que é proibido tirar foto de passaporte com uma camiseta que é branca quando limpa mas que está marrom, com manchas beges e outras mais escuras. ele acata. clic. ficou ruim. clic, fechou os olhos. clic, foi!
digitais, só para maiores de 10 ou 12 anos. ufa! só eu que assino, só eu que deixo minhas digitais na máquina, sem sujar um dedinho sequer.
obrigada, priscila!, digo. atrás dela, da priscila, um cartaz sobre a pena para quem comete desacato a funcionário público. pergunto se muita gente baixa o nível, priscila diz que sim. acho o cartazinho bizarro...
saio feliz da vida, achando que foi suuuuper fácil fazer nossos passaportes. tendo encontrado uma moça tão gentil e gente da PF tão solícita e paciente com uma pequena família selvagem.
e para meu espanto, dois dias depois recebo um email que me avisa que os documentos estão prontos. a metade do tempo previsto.
foi suuuuuper fácil. afe!

segunda-feira, 18 de agosto de 2008

Signal Strength: Excellent

essa é a linda mensagem exibida num balãozinho, que sai do ícone da minha conexão sem fio do meu computador. ai como é bom quando as cousas dão certo.
na verdade, não é quando as cousas dão certo, mas quando a gente aceita o ritmo das tais cousas. qundo a gente vive um dia depois do outro sem reclamar. quando tá quente, a gente sua e isso não é ruim. quando as crianças - as minhas mais uma, emprestada por uma tarde - querem comprar pão comigo e eu saio com o carro lotado, e feliz.
ora pois, hoje foi um dia atípico. não reclamei. tô passada. não é possível que todos os dias eu passe amaldiçoando os acontecimentos. mas creio que sim. porque hoje não amaldiçoei nem a NET, que me deixou mais de 24 horas sem telefone. liguei 35,863 vezes, e quando a solícita atendente falou comigo - nas outras tentativas a ligação caía ou dava ocupado depois de eu apertar umas 23 opções -, eu fiquei satisfeitíssima.
mas não foi só isso. quando fui fazer o resgate dos herdeiros na escola, um mala sem alça de um motorista ficou mais de 10 minutos fechando duas vagas sem nem ao menos entrar na escola para "pedir" pelas crianças - não sei quantas ele ia levar. eu liguei o pisca-alerta, esperei, e quando vi que o cara não era um mala, mas um contêiner, desliguei o pisca, acelerei e fui atrás de uma vaga. não achei, dei uma volta na quadra e achei uma nos confins do universo. beleza. fui andando, feliz.
nossa, que estranho. acho que o mosquito-da-aceitação-da-vida-como-ela-é me picou. ah ah ah mil vezes!
e deixei para o final o melhor de tudo: estou há DOIS dias sem fumar. sim, eu sou uma fraca que caiu em tentação e andava mastigando marlboros havia um mês e meio - depois de uma longa abstinência de dois meses! mas aí pensei: é demais! ficar fedendo a marlboro é demais. comer marlboros em vez de conversar é demais. achar que marlboros são um meio de diversão é demais. pelamordedeus. então adeus marlboros mais uma vez. e não é que a abstinência me deixa bem humorada?
socorro! acho que mais dez anos de análise não serão suficientes!
e agora vou tomar minhas gotinhas homeopáticas e de florais para não querer comer aqueles pitos fedidos!