sábado, 7 de março de 2009

a festinha no sítio e as conexões

escuto o ronquinho das crianças. elas dormem alegremente depois de terem passado o dia inteiro dentro da piscina, sob um lindo sol escaldante.
acabamos de chegar de um sítio, da festinha de uma ex-colega do meu filho. e eu fiquei pensando, durante todo o dia, desde que chegamos ao sítio, em como uma festa pode ser boa. sanduichinhos, pipoca, cachorro-quente. e o pai da aniversariante sentado perto de uma mesinha onde havia um liquidificador. dali saíram jarras e mais jarras de suco de cambuci. uma fruta típica da mata altântica, me explicou o hélder, um biólogo que sabe muito mais coisas do que eu sobre vários assuntos.
o suco é maravilhoso. e eu nunca tinha ouvido falar na fruta. e as crianças, muito ocupadas em brincar, quase não comeram. no meio da tarde, minha filha me pergunta 'quantas horas faltam para começar a festa'. como assim? tínhamos chegado no final da manhã, o sol já estava se preparando para se pôr e ela achava que a festa nem tinha começado? a explicação veio na sequência. lá pelas 5pm, depois de comer um saquinho de pipocas, a guria olha pra mim e diz 'mamãe eu tô com fome'. ofereço mais pipoca, e ela rapidamente diz 'tô com fome de bolo'.
eu conversei com as pessoas adoráveis com quem convivi durante os mais de cinco anos em que meu filho esteve no jardim de infância. conversamos sobre os filhos, o trabalho, viagens, as escolas que cada um agora frequenta, os casamentos e os fins deles.
eu mergulhei mil vezes, nadei de um lado pro outro segurando a mãozinha da minha filha, segurei os pequenos amigos dela, e claro que também tive de dar uns gritos de bruxa louca. como quando meu filho jogou duas amigas dentro da piscina. uma delas percebeu e saltou longe, a outra caiu mesmo e raspou barriga e queixo na borda. saio da piscina gritando, mando o cara ficar sentado por 15 minutos. no fim do castigo, digo que ele tem de pedir desculpas e dizer que não sabia que poderia tê-la machucado. e ele responde 'digo só uma parte, porque eu sabia que ela poderia ter se machucado'. jesus.
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meu recorde histórico de 'não postar nada neste blog' foi quebrado. quase duas semanas, ou um pouco mais que isso. mas por que será que dizemos que estamos conectados quando estamos na internet? eu passei duas semanas super mega hiper conectada e liguei meu computador poucas vezes. uma semana sem nem vê-lo, outra ligando a máquina somente uma vez por dia. glorioso.
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a vida de pegar a estrada todo dia me fez ter uma vontade sinistra de ter um carro mais robusto. delírios consumistas, provavelmente. mas também vontade de ter um carro que passe por buraquinhos, buracos e crateras sem problemas. e que tenha uma maquininha potente pras aceleradas serem fáceis.
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quando estava grávida de seis ou sete meses do meu primeiro filho e voltei de porto alegre de carro em 11 horas, prometi pra mim que meu pezinho não seria mais tão pesado. ora pois, eis que hoje faço em 45 minutos o percurso sítio em jundiaí até minha casa no jardim paulistano. vim na boa, mas quando vi quanto tempo tinha levado de porta a porta fiquei desconfiada do peso do meu pé no acelerador. mas algo mudou. andar rapidinho na estrada dá certo se por dentro - de mim, é claro - tudo estiver bem lentinho. as idéias, o coração, o olhar, a alma.
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"os mais sábios dizem que para cada mal há dois remédios: o tempo e o silêncio", escreveu a professora do meu filho num bilhete para nós, os pais.