domingo, 4 de outubro de 2009

sobre a limpeza das gavetas e a felicidade

são quase 8:30pm, e pra mim já é madrugada. acabamos de chegar em casa. coloquei o pijama na lívia e no joão, escovei os dentes deles e os coloquei na cama. eles dormem.
a tereza me ligou na sexta. disse que ia fazer uma festinha pro gabriel no domingo, que é hoje. delícia.
trabalhei, cheguei em casa exausta, coloquei as crianças no carro e partimos rumo à casa da tereza. estou trabalhando há 21 dias sem parar, e ainda trabalharei mais cinco dias. fui cansada e feliz.
sentei numa mesa ao lado da piscina, tomamos vinho. homens e mulheres casados, e uma mulher avulsa. eu.
demos muita risada. e então, depois do parabéns, a miriam nos presenteou com uma dança. uma dança circular que, como toda dança circular, enche qualquer coração de alegria.
é tarde para os parâmetros de crianças que acordam às 6am, e é tarde para uma mãe que acorda às 5am.
como é bom dormir tarde e feliz.
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ontem dei muita risada depois de ligar pra minha mãe. ela me disse que eu tinha um namorado, e eu disse a ela que ele - o namorado - ainda não tinha sido apresentado para mim.
tudo por causa do texto que escrevi antes deste e que ela nem leu! alguém leu e disse a ela que eu tinha um namorado.
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agora falemos da limpeza das gavetas. eu tinha 17 anos, acho, e fazia uma terapia desenvolvida pelo roberto freire. e o exercício era o seguinte (acho que já falei disso): cada um levaria o que tinha dentro de uma gaveta para a terapia. e então fizemos bolinhos: o bolo do que era lixo, o bolo das coisas que podiam ser doadas e o bolo das coisas que tinham alguma importância e que, por isso, deviam ser organizadas.
o grupo devia ter umas 20 pessoas. e os bolos eram enormes. o maior de todos era pro lixo. depois vinham as doações. e, por último, umas pilhas bem pequenininhas, das coisas que importavam, que faziam sentido.
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foi de repente, e eu nem senti. mas um dia me dei conta de que eu tava conseguindo jogar no bolinho do lixo tudo o que não presta. o tudo quer dizer pensamentos, amizades, ideias, comportamentos.
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minhas costas pesam. daqui a seis dias vou ao chinês para aliviar a dor física. ele vai me sovar, torcer o meu corpo (que vai responder com muitos crecs), vai colocar 16 agulhas nas minhas costas e pescoço e cabeça, e eu serei mais feliz.
o trabalho está árduo, e o que me alivia é olhar a cara dos meus colegas e ver que tá pesando e doendo pra todo mundo.
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deus esteja.