sexta-feira, 21 de novembro de 2008

a folga da mãe

quatro dias sem crianças em casa. q-u-a-t-r-o.
é claro que eu fiz uma lista gigantesca de cousas a fazer. mas o melhor de tudo é que não levei a lista a sério. estou no segundo dia sem crianças em casa. aí começa a dar uma aflição, coisa de mãe louca, "mas meu deus, amanhã já é segunda-feira e eu nem fui ao cinema". mas amanhã não é segunda-feira, amanhã é sábado.
e a folga continua. meu carro ficou na concessionária hoje, então tenho a maravilhosa desculpa de estar sem carro, e a desculpa vale pra ficar em casa. não vou ligar pra ninguém. não vou pra nenhum sítio. a folga é pra dormir e pra não fazer nada.
amanhã talvez eu vá ao cinema, e amanhã talvez eu vá a uma festa. talvez eu vá comprar uns sapatos vermelhos, e talvez eu vá passear de bicicleta. mas eu posso também não fazer nada.
ontem eu trabalhei e não achei ruim. ontem era feriado, hoje as cousas voltaram ao barulho normal, a obra do metrô, os ônibus ruidosos, e as pessoas de carro nas ruas, e o trânsito. mas eu não voltei ao normal. andei horas, parei num café pra tomar uma água e um café, andei mais ainda. ia tomar banho e sair de vestido para almoçar com duas amigas, mas fui de tênis e calça jeans velha. o almoço não era almoço, eram petiscos de um bar maravilhoso em frente a uma pracinha e uma igreja maravilhosas. a erdinger estava deliciosas e conversar com duas pessoas adoráveis e divertidas cujos filhos estavam sendo cuidados por terceiros também foi maravilhoso.
talvez eu tenha tomado um injeção de bom humor e ninguém me contou. ou talvez as folgas das mães sejam um dos eventos mais sensacionais que deus criou, mas ninguém contou pra gente, afinal como pode mãe folgar?
às vezes eu me esqueço que mãe também é gente. justo meu slogan desde que o joão gabriel nasceu, há quase sete anos, e eu me esqueço. mas para isso as folgas existem: para eu lembrar.

domingo, 16 de novembro de 2008

'daqui a pouco são 18h', disse ela antes das 9h

a frase eu ouvi tomando café da manhã na corporação. era sexta-feira, eu estava exausta e uma mulher sentada numa mesa atrás de mim dizia "tô feliz porque daqui a pouco são 18h". olhei no relógio e faltavam uns minutos para as 9h. ri sozinha e pensei 'isso é que é ver o lado bom das coisas'.
e comecei o dia mais leve por causa dessa mulher. e agora, domingo, respiro fundo e feliz porque o fim de semana também foi leve. nenhum programa. nada marcado. nenhuma festa, nenhum almoço, nada. maravilha. e assim fomos ao parque com as bicicletas - e eu consegui colocar as três bikes da família na geringonça que vai atrás do carro. almoço feliz em casa. lanche num lugar trash que eu havia prometido pras crianças - e eu nem me incomodei, apesar de ter nojo da comida, que eu não comi. locadora para pegar filmes - vários, porque minha pequena filha escolheu um filme e eu achei sacanagem não levar, afinal ela nunca escolhe nenhum filme. um dos que eu peguei era um lixo, e eu desliguei TV e dvd e fui pra cama dando risada, muito antes do filme acabar.
e domnigo de sol e meu filho diz que ir à pinacoteca pra ver quadros e almoçar. e lá fomos nós pra pinacoteca, o museu mais lindo de são paulo, no centro mais sujo e nojento que conheço. passeamos, vimos pouquíssimos quadros, é claro, tomamos água e suco no café que dá pro parque da luz - o tal do almoço não existia, e não consegui saber de que lugar ele falava quando falou de boa batata frita e bom bife - e passeamos em meio às árvores, aos coretos, às flores, às esculturas de ferro e um bando de gente de aspecto estranhíssimo que populam aquele parque onde carros da polícia passam de cinco em cinco minutos. e mais um almoço maravilhoso em casa. e o fim do dia brindado com sorvetes deliciosos e caros de uma doceria que abriu faz pouco perto de casa. andamos para ir e para voltar, e todos foram dormir felizes. todos, no caso, os meus pequenos herdeiros.
e acho que vou fazer assim pra sempre: fim de semana? não vou marcar nada. nenhum almoço, nenhum encontro, nenhuma visita. e então seremos felizes pra sempre!