segunda-feira, 3 de maio de 2010

por que não vivemos sem empregadas?

ela me ligou domingo à noite. e disse que chegaria mais tarde na segunda. 'acho que não vai dar tempo de fazer o almoço.' ok, vamos almoçar na escola das crianças, onde a comida é muito boa e barata.
a segunda-feira começou azeda, para ser fina. filhos exaustos e mau humorados. e um café da manhã com lágrimas. minhas, claro.
mas quando chegamos em casa depois do almoço, surpresa! a santa nalva AINDA não havia chegado. fiz de conta que não era comigo, e não arrumei nenhuma cama nem tirei a mesa do café da manhã. só que as horas passavam e nada da nalva. liguei pra ela perto das 3pm, e ela me disse que ainda estava numa fila gigantesca, acho que pra mudar o título de eleitor. então a maria eulália foi lavar a louça, dar um fim no lixo, varrer a cozinha.
apesar do bom humor, fiquei exausta. e pensei: varrer a cozinha no fim de semana cansa muito menos do que varrê-la numa segunda.
tarefas domésticas cumpridas, liguei para uma assessoria de imprensa para resolver uma pendência de uma matéria, liguei para marcar uma entrevista de trabalho, e nisso o pai dos meus filhos veio dar um oi. e batemos uma DR enquanto meu msn piscava e meu filho perguntava sobre o que estávamos falando. e eu fiquei tonta.
ah, no fogão duas panelas estavam no fogo pra cozinhar milhos e pinhão. e meus queijos da fazenda chegaram. com o freezer lotado, chamei as crianças para dar fim em dois potes de sorvete. ah ah ah. eles não cabiam no meio das carnes e queijos congelados.
pai das crianças fora de cena, milhos e pinhões cozidos, dei banho nas crianças e opa!, o cigarro acabou. os pequenos, de pijama, foram bem felizes comigo até a esquina para a mamãe comprar seus famigerados marlboros. em retribuição à gentileza e bom humor dos meus herdeiros, cada um ganhou figurinhas: o joão, as da copa, a lívia, umas de princesas, que ela vai colando num álbum que apareceu do limbo na minha casa e onde ela cola QUALQUER figurinha: moranguinho, princesas, copa.
e assim o dia feliz chega ao fim. eu com saudades da nalva, as crianças dormindo, e uma nuvem de possível felicidade rondando sobre a minha cabeça. muitas entrevistas, muitas possibilidades de trabalho. nada concreto, mas há movimento.
minha irmã me diz que sonhou que eu tinha arrumado um trabalho. e eu disse a ela que esperava que esse sonho fosse uma mensagem do que está por vir. mesmo sabendo que sonhos contam as histórias de dentro da gente, aquelas que a gente tem dificuldade em ver. mas quem sabe não era uma visão?
deus esteja.

domingo, 2 de maio de 2010

minha vida pacata e meus amigos sem filhos

tudo começou porque uma amiga minha não veio comer cachorro-quente na festinha da minha filha. então ela sugeriu: por que não fazer um jantar? no menu, cachorro-quente.
e lá fui eu ao supermercado escolher salsichas. logo eu, que só como salsichas quando faço festas de aniversário pros meus filhos. mas me diverti horrores, e demorei uns 10 minutos até escolher todos os pacotes que me pareciam interessantes.
eu havia chamado quatro ou cinco amigas, e só uma disse que viria. mas no fim do dia outra confirmou.
e como eu tenho TOC com eventos - nunca consigo ir embora -, o jantar-cachorro-quente se estendeu até altas madrugadas, para os meus parâmetros de mãe pacata de dois filhos pequenos. quando fui me deitar, o relógio marcava mais de 1am. pensei que minhas quatro horas de sono seriam insuficientes. e foram.
no dia seguinte eu tinha um texto para editar, umas contas para pagar no banco, uma entrevista de emprego. tinha ainda de levar e buscar meus filhos - coisa que só faço duas vezes por semana. e na lista interminável de tarefas ainda estavam uns telefonemas para dar.
o dia foi tranquilo. a metade de mim que estava acordada funcionou muito bem, a outra metade ficou dormindo mas acompanhou a outra parte bem bonitinha.
...
o fim de semana era de folga. meus filhos estariam na casa do pai. mas fomos para um sítio, o joão, a lívia e eu, para um encontro da classe do meu filho. voltamos pra são paulo no fim do dia, e depois de deixá-los na casa do pai, vim pra casa trabalhar. quatro horas depois, o sono tomou conta do meu corpo. fui dormir para acordar bem cedinho no domingo. um sonho estranho me acordou antes da hora, e por algum tempo fiquei me virando na cama e tentando esquecer do sonho. nada feito. sonhos não existem para ser esquecidos. saí da cama e antes das 7:30am estava sentada na frente desta maquininha, com a barriga cheia e banho tomado, na labuta.
no meio da manhã, para minha surpresa, o texto estava quase terminado. e então minha amiga-ainda-sem-filhos me ligou. vamos almoçar? oh sim. trabalhei ainda por umas duas horas, e na hora combinada cheguei ao restaurante fofo perto da minha casa, onde a comida é maravilhosa e muitos, mas muitos velhinhos vão para almoçar aos domingos.
...
fiquei pensando em como é bom ter esses amigos sem filhos e animados, que me tiram da minha vidinha pacata. conversas divertidas que me mantêm acordada até tarde da noite, cervejas geladas que refrescam e risadas que me fazem esquecer que eu não deveria frequentar restaurantes nessa fase em que a safra de trabalhos está miserável.
mas que maravilha esquecer das coisas chatas e só lembrar das boas. e que bom que é ter amigos que me chamam pra fora do meu mundinho. e me dão de presente umas horas leves, alegres. e a carrancuda vai pra longe, desaparece. só fica a bem humorada e risonha eu.