quarta-feira, 21 de janeiro de 2009

o melhor presente de aniversário

pronto. passou. entrei no meu trigésimo nono ano de vida e nem doeu. ufa!
de presente, eu me dei uma semana sem carro. acho que o melhor presente de aniversário que eu poderia ter me dado. ando meia hora para chegar ao trabalho, e no fim do dia ando meia hora para chegar à minha casa. e no caminho pego chuva e sol e morro de calor e sinto o cheiro horrível dos ônibus velhos imundos e barulhentos que servem de transporte público na cidade cinza. vejo também árvores tomadas de flores roxas belíssimas, vejo gente comendo milho cozido em pratinhos plásticos e vejo placas que indicam "cabeleireiro nos fundos da loja patrik".
a semana do meu aniversário é também a semana sem carro e a semana das minhas férias parciais - estou trabalhando mas estou sem filhos em casa, ou, como disse pra uma amiga, 'a casa tá de banda', porque depois de certa idade, isso quer dizer não que os velhos saíram, mas que os filhos saíram e os pais podem curtir o sossego. e além do presente que eu me dei, que estou festejando há três dias, meus amigos queridos vieram aqui ontem comer cachorro-quente e pão de queijo e bolo de choco com sorvete de creme e calda de caramelo.
claro que isso não foi o melhor da noite, digo a comida. o melhor mesmo foi ficar feliz com os presentes, flores cor-de-roa sabonete de capim limão vela com cheiro de flor de laranjeira colar com pedras anel vemelho massagem livro do vargas llosa bombons granolas baianas um bloco moleskine lindas canetas stabilo. mas e como é que essas pessoas sabiam que eu ia amar tudo e ficar babando de alegria igual criança depois da festa de aniversário que fica olhando os presentes boquiaberta?
o dia foi todo feliz. começou com uma manhã feliz, continuou com uma tarde feliz e teminou com uma noite muito feliz. mas meu deus por que essa pessoa que escreve fala tanto de felicidade?
porque havia muito tempo que um aniversário não era leve assim, cheio de gente dando risada, comendo bolo bom e enchendo a pança de cachorro-quente. dos bons, porque dos ruins nem valeria contar.
e pra quem a gente diz obrigado depois de ter agradecido cada uma das pessoas que vieram aqui ontem com um abraço e depois de ter dito que tinha adorado cada presente?
talvez seja tudo culpa minha, como diz a paula. agora dá pra ser feliz sem esperar.