sábado, 21 de junho de 2008

os anjos nossos

daqui a pouco mais de 24 horas parto para uma aventura indiana jones. vou viajar para os confins de minas gerais, o que quer dizer que o meu roteiro inclui, além do conhecido sul do estado, o norte, o centro e outras posições geográficas difíceis de descrever por palavras - só desenhando.
quem vai ficar com as crianças? quem vai levá-las e buscá-las da escola? e a comida? e os horários? e se ficarem doentes, quem vai ter paciência de dar bolinhas para gripe seis vezes por dia?
importei meus velhos da distante porto alegre para poder partir para o meu trabalho de doze dias. e então toda famíla terá férias: meus filhos, férias da mãe. eu, férias deles. e meus pais terão férias da rotina deles e da minha presença tão mala, sempre dizendo o que pode e o que não pode e por favor essas crianças têm de ir pra cama agora e será que vocês podem respeitar os horários deles e por que não desligam a tv?.
minhas costas estão doídas. uma dor generalizada, depois de uma semana de trabalho insano mais a programação da tal viagem.
e aí foram aparecendo anjos todos os dias. anjos disfarçados de pessoas. um anjo trouxe meus filhos pra casa da escola, outro anjo fez bolo de fubá e os levou pra natação, outro anjo disse para eu viajar tranquila porque faria a entrega das verduras orgânicas na minha casa durante a minha ausência - e que eu nem precisaria deixar três cheques, poderia pagar tudo na minha volta.
como posso às vezes passar tanto tempo sem enxergar todos esses anjos? como consigo achar a vida tão dura que endureço meus olhos e meu coração?
vou combinar comigo que todo ano vou arranjar um trabalho com direito a uma viagem. direito a férias pra todo mundo na família. e um espaço pra um respiro que me deixa ver todos os anjos que na verdade nunca desaparecem. eu é que às vezes fico cega.

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