quinta-feira, 29 de maio de 2008

carro, avião, bergamotas e terra vermelha

árvore apoiada com pedaços de paus para suportar o peso dos galhos carregados de bergamota, nas terras do benjamin.

pinguela: tronco ou prancha que serve de ponte sobre um rio. na foto, a pinguela construída pelo benjamin, o próprio e o meu filho.

e então lá fomos nós, para o interior do rio grande do sul, visitar as minhas tias queridas. isso significa 1 hora e meia de avião de são paulo a porto alegre, 8 horas de carro (um pouco mais de 400 km num carro com um pai, uma mãe, um filho de 6, uma filha de 3 e eu) de porto alegre a ijuí, e muito, muito bom humor.
depois que voltamos para porto alegre e, dois dias depois, para a minha casa em são paulo, fiz os cálculos e pensei que daqui a uns 10 anos posso repetir a aventura.
voltando ao interior. um calor horroroso virou um frio de 8 graus celsius. as roupas t-o-d-a-s ficaram imundas, com muita terra vermelha. comemos bergamotas como selvagens. bergamotas em ijuí são encontradas nos quintais das casas. no quintal da minha tia tinha ponkan. horrores de ponkans maravilhosas, frescas, mil vezes mais perfumadas que as que eu como em são paulo.
dos cinco dias na estrada, comemos quatro churrascos. as crianças ganharam um saco de balas, duas caixas de bom-bom, muito bolo, sorvete e chocolate. uma pajelança.
nas andanças por aquelas terras lindas e muito vermelhas, meu pai encontrou um colega de escola que ele não via havia mais de 60 anos. na propriedade de 25 hectares de benjamin fridriszeski há muita bergamota e laranja (que ele diz não comer) e uma pinguela bem alta. para apoiar, uma cordinha amarrada em duas árvores, uma em cada margem do riozinho. benjamin atravessou a pinguela segurando a mão do meu filho, e eu atravessei segurando a mão da minha filha. "olha pra pinguela, não olha pra água que dá tontura", ia repetindo ele, que diz ter caído somente duas vezes nos mais de 50 anos que mora ali.
as crianças jogaram muitas pedrinhas no rio, pegaram milho no pé e viram muita plantação na estrada. em porto alegre, rolou uma fogueira com as folhas secas do jardim dos velhos, fogo na lareira com pinhas e galhos do mesmo jardim e chá da tarde com as tias que moram em porto alegre com bolo de gengibre e torrada (misto quente para os não-gaúchos).
escrevo tudo isso sentadinha na sala da minha casa, com minhas alpargatas novas e meu chimarrão ao lado do computador. como dizia a minha avó, viajar é bom, mas o melhor lugar do mundo é a casa da gente. ir é bom, e voltar também.





2 comentários:

Anônimo disse...

fantáááástico!
grandes beijos pra ti, patricia berton!!!

zeca disse...

como é bom encontrar outro ser humano que compreende que o nome desta fruta é bergamota!!!