quarta-feira, 22 de outubro de 2008

e se não doer, custa quanto?

não sei se você já passou por isso, mas dói. você pega um trabalho, termina, e o tempo passa. mas o trabalho não terminou. dois meses depois, você trabalhando feito uma mula, das bem jovens, pedem pra você dois textos que faltavam daquele trabalho. ninguém tá enganando ninguém, foi só uma questão de prazos e falta de certezas.
fiz. mas eu já tinha recebido, já tinha até esquecido, quando me foram solicitados os tais dos textos. pequenos, mas textos. fiz, e doeu.
aí me lembrei das mulheres que pedem ao médico um parto sem dor. é justo. e muitos médicos acatam. o que também é justo. mas uma vez ouvi uma velha mulher dizer que não há parto sem dor: para o filho nascer, tem de doer. assim é. e não fui eu que inventei isso, pelamordedeus.
eu tentei duas vezes, mas não consegui. mas isso é outra história. o fato é que uma mãe nasce depois de dar à luz seu filho. e depois dessa dor virão todas as outras dores que fazem parte. os filhos choram porque viver dói. a gente também chora pelo mesmo motivo, mas é claro que não gostamos - nem ousamos - admiti-lo.
aí fiquei pensando em como seria formidável você poder negociar a dor assim como negocia o parto com o médico. o melhor é pensar que há quem ache que médicos cobram "mais" se o parto for normal, porque demora mais. ou seja, um parto sem dor e com uma intervenção cirúrgica, além de tudo, é mais barato.
bullshit. desculpa aí, mas isso é bullshit.
conheço médicos que cobram pelo parto, e isso significa acompanhar a moça barriguda até o bebê sair de dentro da barriga, seja isso com dor, sem dor, com corte ou sem.
tá bom, tô viajando. mas que ia ser maravilhoso encomendar vivências sem dor, ah, isso ia. mas a vida ia ficar beeeeeem chata.
melhor doer. que tudo passa.

Nenhum comentário: