sexta-feira, 14 de novembro de 2008

la vraie liberté c'est le vagabondage

a imagem é a de uma janela aberta, e a perspectiva é de alguém que olha de dentro pra fora. fora, no caso, são montanhas e umas casinhas aqui e acolá. fiquei olhando agora pra esse quadro, um pôster comprado numa livraria em pamplona, na espanha, quando eu estava a caminho de um refúgio nos pirineus espanhóis, refugio de bel'água. como eu ia seguir viagem, despachei o pôster por navio. demorou meses pra chegar, e até hoje, passados 20 anos, tem as marcas amassadas - a embalagem chegou bem avariada.
e enquanto os rapazes trabalham na obra do metrô, eu tento me concentrar pra escrever sobre a paz. ela veio me visitar ontem à noite. partiu de madrugada, e eu já acordei esgoelada, e fui pra corporação bem cedo. trabalhei feito uma mula jovem - ou feito um macaquinho, já que este tem mais penso, de acordo com uma das mais de 200 pessoas que trabalham no mesmo andar que eu e que pegam café da mesma máquina e água do mesmo filtro. e cheguei em casa e ela chegou logo depois.
como é estranho. depois de morrer de tensão, ficar mole. não super hiper mole, mas mole. sei que a sensação é pontual, e que de madrugada vou acordar pensando no trabalho, nas pessoas do trabalho, nas tarefas do trabalho, nas expectativas do trabalho. mas só o fato de ficar sem falta de ar por algumas horas já é um alívio.
e será que quem lê isso acha que eu estou enlouquecendo? penso di no. e espero que não. pelamordedeus. porque acho que a paz é uma indicação do caminho para o nirvana. e eu juro que vou estudar a respeito para poder escrever sobre isso.
será que eu chego lá?

Nenhum comentário: