terça-feira, 30 de dezembro de 2008

será que devo fazer a contagem regressiva? oh, no!

está tudo indo muito bem nessas últimas horas do ano que já já vai ser o velho. calcinhas novas trazem sorte, dizem os entendidos, e eu resolvi abstrair. mas pra não me achar uma chatonilda que nem quer comemorar o ano que vai ser o novo, comprei esmaltes franceses incríveis. as unhas estarão coloridas, cor de rosa barbie, pro ano que vai ser o novo ser bem sussa, manso mesmo.
e hoje, enquanto enchia meu carro de caixas e sacolas - supermercado, prosecco, produtos verdes de limpeza, os tais dos esmaltes - ia pensando nos meus desejos. sim, o mínimo é ter UM desejo, afinal vai o ano que vai ser o velho e vem outro, que a gente, com otimismo sem freios, chama de o novo.
nossa que blasé. eu não quero comprar uma casa, nem trocar de carro, nem tirar férias na bósnia e na croácia. não tenho planos de mudanças significativas de peso, nem quero muitos amigos novos - poucos são suficientes.
quero ter longas horas de sono, bons sonhos, e pouco medo. quero acreditar que meus filhos crescerão fortes e que terão coragem. quero trabalhar sem taquicardia nem tristeza. quero andar mais devagar - mas isso já é uma obsessão - e dar muita, muita risada. quero viajar pouco de avião e muito de carro. beber bom vinho e em boa companhia.
deu. só.
claro que eu não tô falando toda a verdade, porque as paredes do pequeno apartamento serão mui coloridas em poucos dias, eu vou comprar uma esteira que não será um cabide de roupas mas uma possibilidade de eu correr muito cedo de manhã, quando meus filhos ainda estiverem dormindo.
mas sempre desconfiei que a vida fica enfastiada quando fazemos muitos planos. ela deve dar suspiros cansados, às vezes exaustos, com a nossa loucura do desejos planos consumos.
então que eu pelo menos tenha coragem de querer pouco. só o suficiente. pra não ficar empapuçada.

Um comentário:

Anônimo disse...

well, eu nao dei a minima pras cores, optei por uma festa mais digamos guarnecida alimentarmente e de repente me vi no meio de um monte de gente nada a ver. foi estranho. mas nada assustador. acho que é o preço do exilio. já meu birthday estava O-TI-MO. só com pessoas legais e queridas. e eu me sentindo o próprio alfred backhaus jr. em inicio de carreira. hehe.