domingo, 21 de dezembro de 2008

você não tá nem acordada, nem levantada nem andando

e assim eu fui gentilmente acordada na minha primeira manhã de folga da corporação. bon jour, feriado de natal!
minha filha estava brava, porque afinal ela estava acordada, o avô estava "tirando a barba", a avó parece que estava tomando banho e eu, a mãe, estava dormindo. inadmissível.
hoje é domingo, e a pequena família trapo - ou seria melhor família trapinho? - partiu rumo aos pampas há menos de 24 horas. no aeroporto eu me dei conta de que acho um horror ser mãe solteira, uma anomalia social. mesmo pensando que casamentos não costumam ser os eventos mais felizes/satisfatórios/alegres do mundo.
revoltas à parte, papais noéis chineses que cantam e gritam "merry christmas" fazem um barulho ensurdecedor quando são ligados. tiras e mais tiras de luzinhas iluminam portas e janelas da casa dos velhos, e a piscina nos aguarda o tempo todo com água fresca, maravilhosa para o calor porto-alegrense.
crianças e avô assistem a um filme totalmente impróprio, cujo barulho é bem insuportável, e um peru gigante foi colocado no forno porque talvez minha irmã venha almoçar aqui com a gente. e uma torta de chocolate com amêndoas sensacional aguarda nossa gula pós almoço dentro da geladeira.
eu não sei se vou sobreviver uma semana de folga, quando tudo parece mais simples - mesas fartas com comidas deliciosas feitas por doces cozinheiras - e mais denso, como a falta de ar que veio junto na minha mala sem eu tê-la colocado ali.
olho pro céu e fico boquiaberta com o azul, lindo, limpo e intenso. tinha esquecido da cor do céu desta terra longínqua e tranquila.
e tinha esquecido que férias de filhos não são férias de mãe.
mas não seria isso uma injustiça?

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