terça-feira, 21 de abril de 2009

feriado com chuva, sono, febre e playmobil

eu ia começar a trabalhar ontem, mas trâmites da burocracia me fizeram ficar em casa. e em casa também fiquei hoje, feriado. com filhos, e sem ajuda da santa nalva.
como a minha semana anual de aniversário de filhos terminou no domingo, havia muitos brinquedos para arrumar. e eu, feliz da vida, propus às crianças, hoje de manhã, que nos concentrássemos na tarefa 'vamos limpar e arrumar todos os brinquedos do quarto'. a lívia nos ajudou por aproximadamente três minutos e caiu fora. o joão gabriel resolveu jogar no chão t-o-d-a-s as peças de t-o-d-o-s os playmobil deles. não que eles tenham muitos jogos diferentes, mas cada playmobil deste século tem uma infinidade de peças que não existiam nos do século passado: ratinhos, escadas, passarinhos e ninho com ovinhos, câmera fotográfica, talheres, gatinhos num cesto, teddy bear, mamadeira, esquilos, porco-espinho, livros.
estava eu a tentar organizar a zona das prateleiras quando o joão solenemente pede para parar de arrumar. 'vou montar lego', anunciou. eu tentei ser dura e proibir, achando, na verdade, que era ridícula qualquer tentativa de fazê-lo mudar de ideia.
ele foi pra sala, e na saída do quarto tropeçou numa sacola grande onde eu estava jogando inutilidades, de acordo com o meu ponto de vista. o cara deu uns gritos, tirou umas quatro coisas da sacola e eu imediatamente desapareci com ela.
pausa para a preparação do almoço, enquanto o joão gabriel tirou uma soneca, e para uma ida à locadora, onde o joão queria gastar o dinheiro que ganhou do avô. enquanto eles assistiam a um filme, eu me sentei no chão do quarto deles para montar o chalé do caçador e evitar que todas as peças de playmobil espalhadas pelo chão fossem esmagadas pelos nossos pés. tive se seguir as instruções. o joão havia desmontado a casinha por completo, não sei como. e eu fiquei animadíssima montando o telhado, a cerca, a janela que tinha caído, os galhos das árvores e os passarinhos coloridos sobre as folhas verdes.
terminei meus afazeres pouco depois das 4:30pm!!! e a coisa ficou mais ou menos: há dois gavetões que eu nem abri. ou melhor, abri, coloquei uns jogos ali, vi muito pó e um montinho de pozinho de cupim e fechei.
eles assistem a um filme dos muppets, o joão com febre e todo enrolado em cobertores, a pequena lívia só de camiseta. sim, a soneca do final da manhã e o almoço, em que ele comeu menos que um passarinho, indicavam algo.
preparei o jantar deles, e depois os levei pro banho. a lívia dormiu em poucos minutos, com um cobertor novo que eu comprei ontem e lavei hoje - até então a guria dormia com um cobertor de bebê que nunca a deixava tapada por mais de 10 minutos durante a noite. a febre do joão baixou dos 39 graus pra pouco mais de 38, depois do banho morno que ele tomou sob protesto. e ele ficou preocupado com a possibilidade de amanhã acordar sem febre e ter de ir pra escola. disse que ele não iria pra escola, mesmo sem febre. e ele deu um doce sorriso - não vou ter de fazer lição, me contou.
ele dormiu com os braços pra cima, naquela posição que deixa claro que a felicidade acompanha sempre o sono das crianças. a livinha já roncava quando saí do quarto.
amanhã eu vou trabalhar, depois de um recesso involuntário de dois meses e meio. claro que moças que não trabalham comem mais do que convém. ou seja, há um problema com as minhas calças. talvez tenha de comprar uma imediatamente.
minha mãe me ligou para avisar que minha tia querida foi hospitalizada ontem. um câncer vai matando a tia ienete devagarinho, e eu rezo que para o devagarinho não seja tão lento assim, pra ela não ficar sofrendo em salas sinistras de hospitais. não posso vê-la, como gostaria, e tenho medo de que quando meu trabalho terminar ela já tenha partido. ela me disse, na última vez em que nos falamos por telefone, que só ia cozinhar quando eu fosse visitá-la. isso porque tradicionalmente toda vez que um irmão dela ia para o interior visitar a família, era na casa dela que nos concentrávamos. nos hospedávamos lá, comíamos lá, brincávamos com os trocentos primos lá. mas ela e meu tio resolveram sair da casa e foram morar num apartamento. onde, diz ela, não havia mais aquelas pajelanças de outrora.
tomara que dê tempo de eu ir vê-la, pra gente encher a barriga de cuca e chimarrão.

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